Versos vadios...
Versos vadios
É cedo,
é cedo ainda
Dormir um pouquinho mais e sonhar
é ceticismo?
Sempre ficam,
nas paredes encontros,
no teto, a insônia.
A poesia também não sacia
As bailarinas
em rodopios
lascivas
ladinas e lindas
anjos subtraindo hemácias
Ai de mim
que gosto das poesias cruas
que só pelos versos e está ótimo
E o pc não ajuda
ai de mim
Foi um sonho?
Se sonhou ou realizou,
valeu o olho de peixe,
a falta de um importado
deixa quieto
Mas se sonhou acordado
não durma
seria um pecado!
Engulo umas lágrimas de areia,
faço um esforço danado para não ler poemas que me molham o pc,
poemas assim
tal e qual os do Neruda
Abraços de uma menina que eu não mais sei onde deixei
ficou por ai,
ás vezes me vem aqui tal um colibri e me foge
sem medos de tempestades
noites escuras ou frias tardes
Vejo as da mãe mãos
lindas, lindas
e depois
dois pratos faltam
foram tirados
nem existe mesa mais
De sete
setecentos mil a mais
no mundo do tanto faz
quem jaz, não sei mais
se o da fome, cio
ou do prato farto, rapaz
mas jaz!
Há que se conjugar verbos
Queima, viver queima
E brotam as rasas covas
um imenso e infinito jardim,
velas, velam o luto sem fim
e nem sei amanhã de mim...
Pera,
vou ali num funeral,
morreu o filho da vizinha
e dizem que era marginal
Sim, enterrado,
o dever está cumprido,
viva o povo brasileiro!
Oras,
nasceu robusto, corado,
bonito e sadio,
só um pezinho do curumim
Pergunta-se:
foi engessado?? Operado??
Está perfeito!! Lindão!!
Triste Bia, doce Bia!!
É vero...
Escolhas
dentre todas
optei pela solidão e paz!
Escolhas??
Cá estou pagando e nem da bagunça participei
Sem palavras
Ante as provas dos fatos
podemos dividir,
parcelar sei, lá,
mas que de estrelas e luares
jamais penses ficar...
Um Abraço.
Dorothy Carvalho