Amor á escrita
Meu rigoroso e perplexo amor pela escrita! Que sutileza tem sua arte de convencer-me! Que astúcia intercedeu-me! E agora, escrava em vida, mas herói em páginas, por vontade própria, venho cumprir com as minhas obrigações, declarando este sentimento incompreensível.
Percebo a saudade que me causou um segundo sem palavras nem pensadas, assim como não ditas, como me senti mal! Diferente de estar em pleno contanto com os livros, que me fazem tão bem!
Escrita, nem o mel do agrícola, este que já não existe mais, foi tão doce, quanto sua tinta.
Sua inspiração vem de longe, do fundo do peito... Vem de manso, causa-me arrepios imediatos, assim como felicidade constante, mesmo em dias turbulentos e tristonhos.
Vem de cedo, desde os doze, vem muitas vezes da imensidão e de alguns homens que chegaram a despertar-me desejos passageiros, alguns destes, se quer existiram, e quem precisa que seja real, quando a realidade e os sonhos se confundem, virando um só?
Escrita! Minha quarta mãe, parte da minha vida. Que por nada deixe sua pobre filha que tanto suplica! Que por nada se acabe os devaneios, os olhares sensíveis e os pensamentos dos mais fáceis aos mais severos e difíceis.
E que ninguém consiga desfazer o laço que nos une, já que não se trata de uma bobagem qualquer, mas de um amor incomparável e relevante!
Foi um milagre divino que fez! Não há outra possibilidade. Só Deus é capaz de fazer atos tão grandiosos, como os céus e as cachoeiras! Fez então nós, num mesmo corpo e fez a vida com tudo que há de mais belo! Não temos motivos para nos chatearmos, já que o chato é ficar sem anotar, mas hoje declaro liberdade. Assim como agradeço ao Senhor por esta grande oportunidade. Honrarei até a morte o nome de amadora, pois como já sabe escrita minha, é infinito quaisquer sentimentos lindos que eu tenha referido as palavras, independente da profissionalidade que nada me vale.