Mulher X Homem

A MULHER EM MIM...

Sou poeira e chão, terra e madeira - fogo e cinzas no ar a voar...

Estou na lâmina da espada - na lua cheia – faço parte das lendas...

Estou entre os bibelôs da tua estante a te observar...

Me encontrará na arte e literatura - no banho de chuva...

O átomo e figura mítica – água doce - quente ou fria...

Estou dentro das crianças – sou a semente de mostarda...

O tigre selvagem na savana - uma leoa na cama...

Depende da maneira que sou tocada - posso ser mulher faceira...

Flor em teu jardim - pintura e paisagem...

Sou teu sonho viril - a fogueira na clareira...

Rio e cachoeira - estou nas matas do tempo - em silêncio permaneço.

Posso ser paixão e saudades – tudo depende de que forma a alma é forjada...

Sou índia arredia – a loba atrevida - a santa do altar...

Não ouse subestimar esta Criação.

Sou o poder do sagrado feminino - vulcão - o útero de Gaia.

O HOMEM EM MIM...

Sou a semente da explosão que fecunda, cria e destrói a bela natureza nua e crua... É em mim que nascem as possibilidades, à vontade e a convicção do valor da Justiça e da Verdade. Estou na força do caráter, na fraqueza do impulso, na realização serena, incontida e esperada. Meu símbolo é o Sol que aquece, mas também queima se a pele sensível estiver sem proteção. A ciência ainda busca encontrar o fenômeno da minha origem no universo em expansão. Àquele que acredita na vida e no processo evolutivo, dinâmico e permanente. Sou o silêncio, a procura, a renúncia, o grito, o problema, o enigma e a solução. Ainda tenho muito a apreender deste fascinante mundo do conhecimento. Selvagem facilmente domesticável pela ternura e a elegância da alma feminina. Ora viril e educado, reflexivo e prospectivo, um ser pensante, por vezes sereno e angustiado. Gosto do toque, da suavidade sedutora, do perfume, da posse, da entrega e da conquista. Sou a moldura do retrato, o invólucro, o inimaginável, à procura da felicidade. Simples, complexo, côncavo e convexo... Estou sempre de coração aberto. Mas, quando servo só da razão, me torno chato, insosso, inodoro e pragmático. Escravo da economia competitiva... Sou um animal irracional e destrutivo. Uso mal os recursos naturais, destruindo o planeta, fazendo guerras e mutretas. A corrupção está nos meus arquétipos e por ela eu faço tudo para matar a PAZ! Dizem que apesar de tudo isso... Eu ainda tenho jeito... Mas, não sei... Não!

Duo: Luciana Rocha e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 29/08/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3189822