Gravando

Sentada numa cadeira, escrito ''diretora'' atrás, um óculos escuro, e eu. Sou eu. E procuro só as evidencias e confia sempre no lógico. Pode até murmurar, quando critica é verdadeiro. O fato de exigir tanto de si mesma transborda, e é real. Antes de qualquer coisa que seja, é real. Tantas vezes fria, tantas vezes desacreditada. E é forte, desiludida de quaisquer que sejam as mentiras que você conte com a intenção de que ela vá ouvir. Ela não vai, ela não precisa, ela simplesmente desacredita. Sempre se dá um jeito de viver umas loucuras, afinal o que é uma noite? Vendo tudo e escolhendo, afinal já passou da hora e se deu início a mais uma grande produção.

Agora, um filme da Hollywood da vida real, o elenco já foi escalado e a direção é cuidadosa, sabe quais serão as reações dos telespectadores que a assistem.

A diretora disso tudo gosta de se manter assim, como se nada a tocasse, mas querendo que seus filmes e histórias toquem os outros, porque as pessoas simplesmente tem mania de ser e querer estar forte o tempo todo.

Uns vão mais além, sempre mais do que podem e mais do que aguentam.

Não falo mais tanto de mim, afinal o mundo tem muito mais precisando de muito além. Brinco de ver a vida como um filme só pra não ter que participar dele, conversando com as pessoas como se passasse a maquiagem da próxima cena, repassando as falas e deixando-as confiantes pra tudo dê certo.

Fazendo apresentações de novos atores, e ainda assim nada mais muda. É confortável demais poder estar assim, sem se arriscar e não pense que não martelo coisas na cabeça, que não procuro saber de alguém, deixa ser, deixa estar. E se a saudade bater? Guarda pra matar depois, e se não der pra isso, deixa.

Tudo agora tem uma nova busca, mas não há maneiras de fazê-lo se não for atrás, e nas minhas maneiras eu não quero. Quem mantém um sentimento em segredo sempre se dá melhor no final, uma coisa particular, como se ninguém tivesse que souber, se meter e falar sobre. O foco aqui é outro e a verdade é que nem a telespectadora mais fã que existir fica com o ator principal no final.

Rainha das palavras
Enviado por Rainha das palavras em 29/08/2011
Código do texto: T3189157
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