SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 35 - O DESLUMBRAMENTO
Há quem caminhe sobre os solos da realidade, mas não se aperceba
As asas da soberba não lhe permitem pôr os pés onde deviam
As multidões de suas vaidades lhe desviam e pervertem a vereda
Seu ego é um pano de seda, seus olhos cegos a si já não guiam!
Talvez agigantou-se em sua alma, uma palavra pura e simples de incentivo
Seu tolo juízo mata a modéstia em nome do reconhecimento
Não discerne que um momento não vale mais que o infinito
Alardeando-se de um modo tão restrito, igual escravo do deslumbramento!
Venera flashs e confetes, a sua vida vale menos que um aplauso
Seu gabo presunço é o atraso que lhe atrai ao mito do sucesso
Mas seu espírito caminha em retrocesso e o chão que pisa é falso
Prosseguindo em firme encalço do mar ludibriador que o tem imerso!
Quem sabe ver a si, perceberá que nada o faz sublime ou superior
Que todos somos como o sopro e o vapor, a dissipar-se em meio à vaidade
Não há bom senso e nem serenidade, onde houver algum altivo ardor
Porque a alma que a vida premiou, foi aquela que honrou a humildade!
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"Quando o o sucesso bate à porta do humilde, eis ali uma relação de justiça. Mas quando os confetes caem sobre a cabeça do soberbo, até o seu reflexo foge do espelho" (Reinaldo Ribeiro)
Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor