SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 35 - O DESLUMBRAMENTO

Há quem caminhe sobre os solos da realidade, mas não se aperceba

As asas da soberba não lhe permitem pôr os pés onde deviam

As multidões de suas vaidades lhe desviam e pervertem a vereda

Seu ego é um pano de seda, seus olhos cegos a si já não guiam!

Talvez agigantou-se em sua alma, uma palavra pura e simples de incentivo

Seu tolo juízo mata a modéstia em nome do reconhecimento

Não discerne que um momento não vale mais que o infinito

Alardeando-se de um modo tão restrito, igual escravo do deslumbramento!

Venera flashs e confetes, a sua vida vale menos que um aplauso

Seu gabo presunço é o atraso que lhe atrai ao mito do sucesso

Mas seu espírito caminha em retrocesso e o chão que pisa é falso

Prosseguindo em firme encalço do mar ludibriador que o tem imerso!

Quem sabe ver a si, perceberá que nada o faz sublime ou superior

Que todos somos como o sopro e o vapor, a dissipar-se em meio à vaidade

Não há bom senso e nem serenidade, onde houver algum altivo ardor

Porque a alma que a vida premiou, foi aquela que honrou a humildade!

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"Quando o o sucesso bate à porta do humilde, eis ali uma relação de justiça. Mas quando os confetes caem sobre a cabeça do soberbo, até o seu reflexo foge do espelho" (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/08/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3188489
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