E então, o homem estava nu.
Inventou o significado da existência, e nele se perdeu. Construiu vários sentidos para a sua existência, e não se identificou com nenhum deles. Criou-se para se negar, e negar-se perante o outro, o outro inconcebível.
Criou o poder para brincar de cabra-cega. Criou espelhos para ver a sua imagem em todos e em tudo. Matam e vivem, vivem e matam. Especulam a incerteza da vida para relatarem a certeza da morte. Move-se pra lá e pra cá, ciscando restos de certeza passageira. Cobertos com suas invenções morais e materiais, estão, mesmo assim, nus. Eivados de si mesmos, seguem a linha, a reta única. Repetem os caminhos com ares de triunfo...