E então, o homem estava nu.

Inventou o significado da existência, e nele se perdeu. Construiu vários sentidos para a sua existência, e não se identificou com nenhum deles. Criou-se para se negar, e negar-se perante o outro, o outro inconcebível.

Criou o poder para brincar de cabra-cega. Criou espelhos para ver a sua imagem em todos e em tudo. Matam e vivem, vivem e matam. Especulam a incerteza da vida para relatarem a certeza da morte. Move-se pra lá e pra cá, ciscando restos de certeza passageira. Cobertos com suas invenções morais e materiais, estão, mesmo assim, nus. Eivados de si mesmos, seguem a linha, a reta única. Repetem os caminhos com ares de triunfo...

Oswaldo Rolim da Silva Junior
Enviado por Oswaldo Rolim da Silva Junior em 28/08/2011
Reeditado em 06/03/2016
Código do texto: T3186874
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