Ateando fogo.

Os caminhos davam apenas uma direção, um destino. Mas, aquele já não era meu desígnio, não mais. Então comecei a escrever uma nova história com linhas tortuosas, mas eram as minhas linhas e não as suas. Havia um espaço entre elas, mas era o meu espaço e não o seu. Aí, o mundo pareceu concretizar sua ira e plantou confusões em minha psique. Começou a chuver e o sentimento de vergonha escorria pelo rosto assim como as gotas geladas da precipitação. Tudo isso por uma negação, as pessoas não conseguem ouvir um "não" pois acaba destruindo toda a miragem que fora feita. Esse é o problema, miragens. Até quando vamos criar mais e mais miragens das situações, das pessoas, da vida, da realidade? Eu me recuso. Eu disse "não" e ateei fogo à chuva. Tudo queimava e eu ouvia você chorar, mas assim me libertei de suas correntes não palpáveis. Eu ateei fogo à chuva e assim continuarei para salvar minha identidade de suas gotas perfurantes, e assim continuarei.

Paulo Justiniano
Enviado por Paulo Justiniano em 27/08/2011
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