O MAIOR DE TODOS OS PECADOS

Meu sentido de transcendência, ao longo de duas décadas, tem estado inteiro em ti. Por assim olhar teu rosto, por assim ouvir teu verbo, por assim sentir teu ser sempre tão fundo e fundamento em mim, acabei por transpor as fronteiras, no amor, as fronteiras que não nos é lícito ultrapassar e, em consequência, recebi este eterno castigo de andar a viver proscrita e errante (ainda que encerrada sempre entre quatro paredes). Afinal, não há pecado maior do que (como também o quis viver Florbela Espanca) se dar, a um homem, as dádivas interiores que só nos cabe oferecer a um Deus.

Texto escrito na tarde de 17 de março de 2010, na Capital de São Paulo, Brasil, por Zuleika dos Reis; republicação na manhã de 22 de agosto de 2011.