Queria não sentir saudade.
Queria ter agora, a inspiração que me fizesse externar tudo o que dói, tudo o que falta, toda saudade de você. Mas hoje, justo hoje, você parece mais distante, e o vazio em mim, está maior. Agora estou sem forças, sem inspiração, sem poesia nos dedos, no olhar, na alma, sem nada de belo, só há saudade, e saudade, e saudade. Queria estar prolixa de outra coisa que não fosse dor ou vazio. O vazio só é bonito quando a sombra dele tem tua forma, ou algo de você, daí se torna facilmente poesia... Mas o tempo tem roubado tua sombra, teu cheiro, a lembrança do teu beijo de mim. O amor, como o todo-poderoso que é, luta contra esse ladrão algoz, e sem querer, acaba atirando na saudade, que dói, que sangra, que consome.