O pensamento
O pensamento
Pensamento: qual espírito eterno foi capaz de produzir esse fenômeno divino, que nós, os seres mortais, chamamos de exercício da razão? De onde se originou a primeira centelha dessa pseudo-razão, para qual não conseguimos encontrar resposta satisfatória, que alcance seu ponto de partida? Todavia, persistimos em dizer que somos donos, guardiões desse tesouro sublime, que nos conduz para todos os recônditos lugares da nossa existência humana. É por meio desse incomparável transporte, que viajamos por infinitos caminhos em busca de uma única constatação: que o pensamento é sempre maior que a nossa própria razão de ser racional. É muito superior ao nosso estado de percepção sensível de um mundo que apenas nos é possível compreender pelo tato e pela visão distorcida, pelo desejo carnal, interior, que sobressalta, que subjuga a visão externa das formas físicas. Vemos o que queremos ver, e não aquilo que de fato representa as coisas que nos rodeiam; e não há um único ser capaz de uma compreensão real, de uma forma complexa daquilo que lhe aparece aos olhos. A mente, a usina que fabrica e projeta as idéias, e os estados distintos de espírito, é que nos convence que somos os receptores fidedignos dessa voz que brota de dentro para fora, como uma força descomunal, que pressiona como uma fonte de água poderosa, com sua infinita porção robusta e infindável de suprimentos necessários para continuarmos a acreditar que somos nós quem domina todo nosso ser, e não o ser que habita dentro de nós, que denominamos de pensamento.
Os mares, os sete mares são testemunhas vivas de que em um único universo, há outros mundos que fazem parte do mesmo projeto universal. Nas galáxias há o mesmo testemunho irrefutável, da diversidade imensurável dos espíritos que habitam nas esferas mais distintas, físicas ou espirituais. São tantas as almas, seres que preenchem nosso universo, que não nos sentimos seguros, onde quer que estejamos. E o homem, o maior de todos os seres que respira inteligência emocional; por meio do pensar, tenta alcançar esse estado de supremacia existencial, para justificar sua insatisfação com o mundo que conseguiu compreender, ou imaginar.
Evan do Carmo Brasília 29/09/2006