In-certezas
O voar é mágico, inebriante, quiçá confuso para iniciantes... Assusta-se a borboleta diante do novo! Liberta, o encantamento é impactante! Imensidão jamais vista, tolhe a coragem de voar. Os olhos cegam... por instantes, negam a dimensão do voar. Abrir ou fechar? Debatem-se indecisas as asas. Inquietantes, enroscam-se desajeitadas no alçar dos primeiros voos. Voos rasantes arrisca tentar... um visco de dúvida, fina camada, retém o livre volejar.
O abandonar do casulo é deveras desafiador! Desconforto, medo, insegurança no romper das amarras... o casulo aprisiona e em seus limites, oferece pseudosegurança. Voar livre pressupõe riscos! Sobrevoar além dos horizontes, sem proteção externa, é contar apenas com condições internas. O reconhecimento e o uso de ferramentas internalizadas são conquistas que somente o autoconhecimento pode oferecer. Quanto maior a profundidade do voo interior, tanto quanto maior, a dimensão do voo exterior! Penso resida aí, talvez, a superação do livre voar!
Voa borboleta! Voa!
Descobre em teu próprio voo, que arriscar-te ao in-certo é o único jeito de aprenderes a voar. Afinal, aprende-se a borboletear, borboleteando!