Ainda melhor que a percepção é poder experimentar o silenciar da própria alma com cuidado... Uma alma se despindo, não é uma questão qualquer, mas algo do qual não pode ser desfeito de qualquer jeito...
  
Novamente um suspiro se abre em direção a algo, como o dia que se abre todas as manhas... Olhares acenam o céu, mas não podem escapar de si mesmos!
É quase incômodo esse sentir que leva devagar as lembranças ao passado dolorido, o qual se tenta desesperadamente esconder-se. Não, isso não é para entristecer, pelo contrario, pois assim se pode em códigos invisíveis se colocar nos braços dos próprios anseios... Outra vez, muitas vezes e tantas vezes... É como se virar ao avesso para depois se reconstruir...
  
    Pensar em tudo que poderia ter sido e não foi. Em tudo que poderia ter vivido, mas, não viveu. Buscar sonhos adormecidos, manifestar as próprias defesas internas é brigar com o recalque desmesurado que se manifesta na própria sombra... Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher não viver o que desejamos; são tantas respostas, talvez por medo. Pode ser. Onde há desejo existe medo, mas seria o medo a razão?

       ...Creio que nunca teremos as respostas, se não compreendemos, que a melhor maneira é chegar o mais próximo possível da nossa alma... Uma das coisas mais tristes na vida de um ser humano é a indiferença consigo mesmo. Quando o corpo pede, o desejo é saciado facilmente, mas quando o desejo é da alma, tudo fica diferente...

Não adianta ir enfrente... É preciso se entender antes de voar!

Os anseios da alma são os mais internos, os mais intensos e mais abstrusos! Engrandecem, mas também, enlouquecem... Talvez esse fosse um bom motivo para decidir entre a alegria e a dor, entre o “certo” e o “errado”, mas não, não pode ser assim, pois não é uma questão de escolha. E, NÃO chame como quiser, pois é preciso respeitar os anseios, que muitas vezes, a alma tenta esconder...
Não poderemos pintar o arco-íres de preto! Mas, é extremamente necessário ter éticas com os desejos.