Não gostaria de me surpreender com o que nos acontece nas adversidades que vivemos. O que nos rouba o sono, o que invade como as lavas de uma erupção vulcânica deixando rastros de desolação e medo. É comum e, por diversas vezes nos sentimos a deriva, meio que conduzidos por forças estranhas a nossa vontade. Na verdade, creio que só vivenciamos determinadas situações se entramos em sintonia com sentimentos inferiores: o medo, a culpa, a ambição, o desvario do orgulho, a cupidez, a insatisfação, a inveja e o desejo latente de possuir o que, certamente, não nos é essencial. Falta-nos a Paz porque a queremos no pacote grotesco dos prazeres mundanos. Transtorno imposto por nós mesmos que nos conduz a uma sensação de abandono e solidão. Não tenho verdades, nem profetizo ou teorizo algo a ser adotado. Como aprendiz da vida, constatei que quem opta pelo necessário, quem não se dilui em ilusões doentias, traz consigo uma serenidade incompreendida e são rotulados como alienados e sonhadores. Poderia afirmar que são pessoas comuns que aprenderam a viver a boa vida. Mesmo com dissabores e dores entregam-se a uma fé que impressiona e sustenta. Sabem ser e viver. Perseguem e seguem senhores diferentes, verdades que não alienam, vontades delineadas pela simplicidade. Não buscam mais do que suas forças sustentam e, não procuram uma superação indeterminada de seus anseios porque sabem observar o que possuem com os olhos do amor. O mundo já nos ofereceu muitos desses exemplos... Os admiramos, temos consciência de que este é o caminho, mas, ainda permitimos que sentimentos inferiores nos dominem. Negamos nossa essência, abandonamos as possibilidades de felicidade concreta que a vida nos oferece e buscamos um sentindo para a vida que só poderíamos encontrar em nós mesmos.