A Sombra
Um rosto caído, na volta pra casa. Não tenho nada a dizer que possa fazê-la se sentir bem, por ter um rosto caído, caindo. E mãos de prostituta. E um olhar de alienada religiosa. Vago num labirinto de imagens cristãs. Nada pode fazê-la feliz. Ela tem os dedos dos pés muito magros e compridos e o cabelo é liso.
Está segurando o cigarro de um jeito errado. Sentada no meu sofá mirando sua nostalgia na minha parede. Sendo parceira constante da minha vontade de analisar. Só não sabe. Posa com a personalidade nua entregue à sala.
Mas nem mesmo a parede suporta, derrete seu rosto pelo chão... E o chão não pára de me encarar.