tarde de inverno
Há essas tardes de inverno,
Este silencio sepulcral
O vento frio que invade as gretas da janela
E esse sofá que não me cabe
A casa silenciosa
E o café que esfria rápido
A escrivaninha com papeis brancos
Pedindo para serem preenchidos
E eu olhando de novo sem saber o que fazer
As ideias na cabeça, mas nada no ato de escrever.
E cada minuto é um suplicio
A não ser um vizinho que insiste em um som alto
Não se sabe se esta feliz ou triste devido aos acordes
Indefinidos do que escuta
Os cães dormem e um sol tímido vermelho e lilás se
Prepara indo embora de vez,
E eu tentando remendar as ideias para deixar aqui
Quem sabe desabafando essa solidão que insiste em
Mostrar-me ao espelho, ver que o tempo passou e nada de mim ficou.
E me achando estranha, me levanto e me preparo para um banho, que me acalmara e me fara dormir.