Mas afinal de contas, o que é o amor?

Segundo o dicionário Aurélio, amor significa afeição viva por alguém ou por alguma coisa; sentimento apaixonado por pessoa do outro sexo; paixão, gosto vivo por alguma coisa. Confessando que definições exatas nunca foram meu ponto forte e que sou apaixonado pelo subjetivismo da coisa toda, consideremos uma outra definição, agora exemplificada num livro não muito conhecido nessa borda da galáxia. O livro resume o amor em três simples palavras: Evite, se possível. Com o objetivo de contrariar tal lógica irrefutável, uma conhecidíssima banda de rock britânica afirma que, com todas as palavras, tudo o que você precisa é amor ( All you need is love ). Uma outra banda, dessa vez brasileira, insiste em te convencer de que ” é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã “. Concluímos que, ao contrário da convenção social, cantores de rock são mais melódicos do que aparentam. Já Camões diz que o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente. Considerando todas as metáforas envolvidas na composição do poema, exagero é uma das poucas palavras que passam incrivelmente longe de tal obra. Vinícius de Moraes classifica o amor como uma velha canção nos ouvidos de sua amada. Belo, simples e plausível, afinal, estamos falando novamente de poesia. Já para os Titãs, outra banda de rock, o amor não existe, o que existem são provas de amor. Partindo da mesma banda, numa diferente composição, é dito que o amor está aqui, agora. Do mesmo modo que o objetivismo está fora de moda, a coerência parece ter saído para um café. O amor não é algo que você possa exigir, segundo Shakespeare, e é eterna inocência, para Fernando Pessoa. Citando Drummond, “o amor é bicho instruído”, daqueles que se machucam feio. Aceitando o fato de que existem infinitas definições do termo e correndo o risco de me comprometer, digo apenas que, para mim, o amor simplesmente se resume a você …