PSICO OU FISIO...
O célebre Pedro Ouspensky, discípulo de Gurdjieff, que iluminou a Psicologia com as suas experiências humanistas, fazendo uma análise global da criatura humana, assevera que vivemos numa sociedade constituída por dois biótipos que se caracterizam pelo estado fisiológico e pelas expressões psicológicas.
Aqueles a quem ele chama de indivíduos psicológicos, são os que têm ideais, aqueles que amam, que cultivam objetivos nobres da Sociedade. São indivíduos que comem para nutrir-se e dormem para refazer as forças; que exercem o sexo para procriar, mas também para a permuta dos hormônios físicos e emocionais. Esses indivíduos, segundo Ouspenski, constituem uma minoria da Sociedade. São eles os invariavelmente os santos, os cientistas, os artistas, os tecnólogos, os filósofos, aqueles que agasalham o ideal de beleza e vivem em função dos objetivos essenciais da dignificação da criatura humana.
Mas, a grande massa, aquilo que seria a massa amorfa, ainda se encontra no estágio quase de primarismo, vivendo das sensações fisiológicas. Vivem para comer, dormir e praticar o sexo. As suas ambições gravitam em torno do epicurismo: ter para possuir; possuir para comprar; comprar para gozar. Esses indivíduos invariavelmente transitam em um estágio primário de consciência porque a consciência é o natural fenômeno de desdobramento do processo antroposociopsicológico da evolução.