MEU SILÊNCIO

Hoje sinto-me só…

Olho para o nada…

Permaneço calado…

Olho para o horizonte…

Que se afasta…

Quanto mais o olho…mais ele se afasta…

Porque desejamos o que não temos…?

O que se afasta…?

O que não nos vê…?

O que não nos sente…?

Sento-me…

Vêm-me à memoria…

As palavras ditas ao sabor do vento…

Em murmúrios rasgados pelos sentimentos do momento…

Prazeres perdidos…

Sinto o vazio do silêncio…

Olho para o nada…

Aquele nada que sobrou…

O nada que ficou…

E é neste momento de silêncio, que os meus pensamentos, me dizem o que não admito…

É no nada que olho que vejo todas as cores dos quadros que pintei…

Que pintamos…

Sento-me sozinho mas não vazio…

Apenas silencioso.

A ouvir a voz do silêncio que me fala…

Deixo-me cair…

Deito-me no chão…

Está frio mas não o sinto…

Sorrio…

Fico silenciosamente a ouvir o silêncio…

A ver o nada…

E deitado…

Com a voz do silêncio choro…

Não daquilo que faço…

Daquilo que vivi...

Do que fiz…

Do que escolhi…

Ou do que sou…

Choro…

Simplesmente das minhas lembranças…

Que um dia foram momentos…

Hoje transformados em espadas afiadas…

Que me espetam o corpo e me rasgam a alma…

Damião um POETA
Enviado por Damião um POETA em 29/07/2011
Código do texto: T3126549