Apatia

Um amigo me fez pensar

Ele olhava o relógio e pensava na vida dele

Eu sempre penso na minha vida

Como se eu tivesse no copo do liquidificador

Estão me picando

Estão me triturando

Sinto-me rasgar

Por dentro, por fora

Sinto facadas, agulhadas

Atordoamento,

Talvez pela velocidade dos fatos

Talvez pela inércia da vida

Ou seria a rotina, a mesmice

O nada muda, se não se muda

E nao se muda, por medo do desconhecido

Permaneço la dentro, mesmo que desliguem

Mesmo que abrande a velocidade

As agulhadas, trituradas mesmo menores

Ainda doem, e batem me velhas feridas

E doem de novo

E quando sara uma

Logo vem mais uma

Outra facada

Outra rodada

E outro corte

E nao tento escapar disso

Continuo ali, estática, apática,

Por que ainda assim ali é seguro

É o conhecido

Melhor?

Medo?

Insegurança, temor, pavor, ainda que me fritem, aqui estou por apatia.

São tantas dores velhas conhecidas, que me deixam em melancolia.

Magda simplesmente
Enviado por Magda simplesmente em 28/07/2011
Código do texto: T3125314
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