“Quem procura acha...” Cresci ouvindo minha Vó repetir esse adágio. Ela costumava sempre tirar de sua sabedoria provérbios dessa natureza... É claro que eu quase sempre não entendia a sua mensagem. Novidade!!! Afinal, eram coisas próprias de adultos e para serem internalizadas pelos adultos; e eu era ainda um menino.
Enfim, cresci. Cresci em estatura e em condições pra entender as palavras simples, é verdade (!), no entanto, encharcadas de uma linda pedagogia. Minha Vó sabia o que dizia...
Eu procurei e acabei achando...
Faz certo tempo que eu venho me garimpando. Procurando encontrar algumas coisas ao meu respeito. Coisas que ficam encobertas e que a penumbra não deixa revelar. Ou aquelas que, na distração do cotidiano, fogem do nosso campo de visão... Isso talvez por não termos condições de tocá-las com mãos da verdade. O fato é que eu encontrei moedas valiosas jogadas no chão...
...E elas me falaram de como eu sou intenso. De que quando eu amo... Eu amo pra valer! Que eu não me importo em cuidar. Que eu não faço corpo mole diante dos sacrifícios. Falou-me de quão cuidadoso eu sou... Das doses altas de emoção, carinho, atenção... Que eu sou farto e alimento com palavras de conforto. Que estendo a mão no sofrimento, ofereço o ombro no desalento e na intimidade exalo a cumplicidade.
Mas, essas moedas têm uma outra face...
Todo esse amor pode se transfigurar... Mas, ainda assim, eu continuo intenso. Viro as costas. Mudo de endereço. Troco de senha. Deixo de esperar, de procurar em outros rostos. Guardo as recordações no baú das coisas que empalideceram e anêmicas morreram. E com o tempo deixo de falar o nome, de recordar detalhes, de desejar que tudo fosse diferente.
Uma vez me disseram, não sei quem (?!), que somos responsáveis por quem cativamos. É importante que se esclareça o sentido de cativar, pois embora tenha a mesma raiz semântica da palavra cativeiro, de tornar cativo; prender, acorrentar, perder a liberdade... Ainda assim, eu prefiro ler o seu melhor significado: o de ganhar a simpatia, atrair, seduzir e, por fim, enamorar-se.
Não sou teu algoz. Não te culpo, nem te recrimino. Nunca esperei o teu sofrimento. Ter optado pela ausência, pela mudez e a distância foi à forma que eu encontrei pra ficar em paz. Eu precisei ter me afastado pra enxergar que eu tinha feito tudo, calado muito, doado com generosidade... Mas, tinha recebido pouco.
O silêncio grita tantas coisas... E eu sou uma ótima companhia.
Assim como você, eu também erro muito, sou feito da sua natureza. Porém, depois eu uso todas as minhas falhas como um potente adubo. Confesso que a semeadura é árdua, mas a colheita é sempre prazerosa. Vale à pena!
Desapegue-se do que passou; aprenda com o que ficou. E mude, mude mesmo... Por você e por aqueles que certamente vão chegar.
Imagem - Fonte: Google
Enfim, cresci. Cresci em estatura e em condições pra entender as palavras simples, é verdade (!), no entanto, encharcadas de uma linda pedagogia. Minha Vó sabia o que dizia...
Eu procurei e acabei achando...
Faz certo tempo que eu venho me garimpando. Procurando encontrar algumas coisas ao meu respeito. Coisas que ficam encobertas e que a penumbra não deixa revelar. Ou aquelas que, na distração do cotidiano, fogem do nosso campo de visão... Isso talvez por não termos condições de tocá-las com mãos da verdade. O fato é que eu encontrei moedas valiosas jogadas no chão...
...E elas me falaram de como eu sou intenso. De que quando eu amo... Eu amo pra valer! Que eu não me importo em cuidar. Que eu não faço corpo mole diante dos sacrifícios. Falou-me de quão cuidadoso eu sou... Das doses altas de emoção, carinho, atenção... Que eu sou farto e alimento com palavras de conforto. Que estendo a mão no sofrimento, ofereço o ombro no desalento e na intimidade exalo a cumplicidade.
Mas, essas moedas têm uma outra face...
Todo esse amor pode se transfigurar... Mas, ainda assim, eu continuo intenso. Viro as costas. Mudo de endereço. Troco de senha. Deixo de esperar, de procurar em outros rostos. Guardo as recordações no baú das coisas que empalideceram e anêmicas morreram. E com o tempo deixo de falar o nome, de recordar detalhes, de desejar que tudo fosse diferente.
Uma vez me disseram, não sei quem (?!), que somos responsáveis por quem cativamos. É importante que se esclareça o sentido de cativar, pois embora tenha a mesma raiz semântica da palavra cativeiro, de tornar cativo; prender, acorrentar, perder a liberdade... Ainda assim, eu prefiro ler o seu melhor significado: o de ganhar a simpatia, atrair, seduzir e, por fim, enamorar-se.
Não sou teu algoz. Não te culpo, nem te recrimino. Nunca esperei o teu sofrimento. Ter optado pela ausência, pela mudez e a distância foi à forma que eu encontrei pra ficar em paz. Eu precisei ter me afastado pra enxergar que eu tinha feito tudo, calado muito, doado com generosidade... Mas, tinha recebido pouco.
O silêncio grita tantas coisas... E eu sou uma ótima companhia.
Assim como você, eu também erro muito, sou feito da sua natureza. Porém, depois eu uso todas as minhas falhas como um potente adubo. Confesso que a semeadura é árdua, mas a colheita é sempre prazerosa. Vale à pena!
Desapegue-se do que passou; aprenda com o que ficou. E mude, mude mesmo... Por você e por aqueles que certamente vão chegar.
Imagem - Fonte: Google