ESPELHOS INSANOS

De tanto vê-la rebaixada de anjo a meretriz, de estrela a poeira do chão, de borboleta a inseto daninho [...]; de tanto vê-la promovida de inseto daninho a borboleta, de poeira do chão a estrela, de meretriz a anjo [...] todos os espelhos dela enlouqueceram, irreversivelmente, irremediavelmente. Para sempre. Para sempre. Para sempre. Todos os espelhos dela loucos, loucos, loucos, e ninguém nunca - nem ela - nunca ninguém percebeu.

Na manhã de 21 de julho de 2011.

Zuleika dos Reis
Enviado por Zuleika dos Reis em 21/07/2011
Reeditado em 21/07/2011
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