[O que me Condena]
Arriscarei um palpite:
ao amanhecer, pisarei
o mesmo chão de ontem...
Sem remissão, pois!
E, consoante o que ouvi alhures,
lançarei para dentro de mim
o olhar angustiado de sempre:
a procurar o que me condena!
Estou a três linhas de ser feliz,
por que isto me é tão difícil?
Agora, resta apenas uma linha,
ainda assim, eu não a escreverei:
é como se a gota de meu esperma
apenas ficasse no ar... sem fecundar!
[Afinal, o que é que me condena
a ser o que sou, e sem remissão?]
[Penas do Desterro, 17 de julho de 2011]