Sobre a morte
Fico pensando... Por quê?
Porque temos que aceitar a morte?
Tudo bem. Aceitando ou não ela vem.
Mas eu não aceito.
Não gosto desta visita inoportuna que chega
E carrega meu ente querido, meu amigo, meu vizinho
Sem o consentimento de ninguém.
Como posso aceitar que me levem para um lugar
Que não conheço. Quem me garante o paraíso... As dez virgens...
O reencontro com meus amados... Os anjinhos cantando?
Ela vem sorrateira e nos tira tudo. Impõe a condição de morto.
Não vai mais se mexer. Não vai mais falar. Não vai mais cantar.
Deixe tudo para trás. A casa, os parentes, os amigos, os inimigos
O vizinho chato e o querido. Não vai ver mais sol nascente e nem sol poente.
Nem ver novelas, jornal. Nem tomar banho de rio ou de mar.
Adeus ao pipoqueiro da esquina, avenidas iluminadas.
Adeus céu estrelado, barulho de chuva, cheiro de terra.
E o vento que sopra meu rosto? Como ficar sem este toque?
Não gosto da morte. Se ela é a coisa mais certa da vida
É também a coisa mais cruel.
Fico pensando... Por quê?
Porque temos que aceitar a morte?
Tudo bem. Aceitando ou não ela vem.
Mas eu não aceito.
Não gosto desta visita inoportuna que chega
E carrega meu ente querido, meu amigo, meu vizinho
Sem o consentimento de ninguém.
Como posso aceitar que me levem para um lugar
Que não conheço. Quem me garante o paraíso... As dez virgens...
O reencontro com meus amados... Os anjinhos cantando?
Ela vem sorrateira e nos tira tudo. Impõe a condição de morto.
Não vai mais se mexer. Não vai mais falar. Não vai mais cantar.
Deixe tudo para trás. A casa, os parentes, os amigos, os inimigos
O vizinho chato e o querido. Não vai ver mais sol nascente e nem sol poente.
Nem ver novelas, jornal. Nem tomar banho de rio ou de mar.
Adeus ao pipoqueiro da esquina, avenidas iluminadas.
Adeus céu estrelado, barulho de chuva, cheiro de terra.
E o vento que sopra meu rosto? Como ficar sem este toque?
Não gosto da morte. Se ela é a coisa mais certa da vida
É também a coisa mais cruel.