UM FACE SEM CONTORNO
As vezes que o pranto rolou por minha face, por ja nao saber o que fazer. Das vezes que caminhei a esmo, para ver se a dor diluia. E de tantas outras que fugi, para que o sofrimento nao me alcansasse. Tantas foram as vezes que em vao tentei, mas voce habitava meu ser. Havia dentro de mim este amor a corroer me. Este desejo de querer te a me cegar. Uma sensacao de impotencia diante de nao saber o que fazer, de onde ir, como prosseguir. Ha um espaco vago em minha vida, uma lacuna em minha alma. Sofro por nao ter te, sofro por nao compreender. Sofrimento que devasta minha esperanca, encendeia meus sonhos, transformando os em cinzas. Numa eloquencia escrevo versos sem rimas, palavras sem nexo, para que talvez eu consiga me libertar.
Para que eu nao me sinta uma pintura abstrata, sem formas, rascunhos de um pintor desiludido, com cores foscas, perdida em algum lugar. Minha face ja nao tem mais formas, nao se apiede de mim, quando minhas mals tracadas linhas chegares em tuas maos. A cada dia esmureco diante do abismo que se abre, sou sombra perdida no silencio da noite. Sou saudades diante de tempos que nao voltam.
CAMOMILLA/DEZ