Às vezes.

Às vezes eu penso que não existo.

Acho que sou fruto da imaginação de alguém.

Mas não um alguém qualquer.

Alguém muito especial.

Disposta a viver uma linda história.

Uma história encantada.

Uma linda mulher disposta e tentar.

A bela que se arruma diante do espelho.

Prepara-se para aquele que ela imaginou.

Eu... Eu poderia controlar o coração dela.

Deixar ela quase morrer com as coisas que escrevo.

Fazer o coração dela bater acelerado de emoção.

Depois quase parar.

Deixá-la sem saber o que acontece com ela.

Ela se sentiria a tal, a maioral... Mais mulher que todas.

Ficaria se achando, mas por alguém que ela mesma criou.

Acho realmente que eu não existo.

Devo ser fruto da imaginação de uma flor.

Uma flor que deseja viver a mais linda historia.

Uma deusa que consegue sentir o cheiro dos campos.

Mesmo vivendo na cidade.

Uma bela mulher.

Que consiga me sentir dentro dela.

No coração, no peito, na pele.

Uma bela que não queira resistir.

Os encantos, carinhos e desejos.

Nua diante do espelho se admira e pensa em mim.

Eu... Alguém que ela nem sabe se existe ou é fruto de sua imaginação.

A flor do deserto que deseja dar a seu amado.

Mesmo que seja apenas um minuto de prazer.

Uma mulher se tornando menina.

Menina pura a procura de sua criação... O príncipe.

Às vezes eu acho que não existo.

Devo ser fruto da imaginação feminina.

Aquele que é apenas um sonho.

Aquele que mostra a lua para sua eterna namorada e diz:

Eu te amo sim, mas nem sei quanto.

Não sei dizer como é grande o meu amor.

Porque eu nem sei como existo.

Eu só sei que sou seu.