Talvez eu possa...
Quando tudo parece está caminhando certo, algo da errado e tudo acaba, sem mais nem menos, tudo acaba. E eu contínuo aqui no meio desse cemitério de dores, segurando em minhas mãos a mais bela e encantadora tulipa já encontrada em meu coração.
Como um pássaro que com o nascer do sol, abre suas asas e voa cantante além do infinito, assim desejo que seja minha vida, que a cada nascer do sol ela possa voar por entre as dores deixadas pelo passado e cantar em sinfonia com minha alma a mais bela das canções, aquela que fale do quão bom é viver, simplesmente viver, sem temer a própria vida...
Mas assim como todo o resto, acho que isso pode não funcionar, não sei se sou forte o bastante para sair deste cemitério, com a tulipa em minhas mãos e ainda assim sentir-me seguro, pois mesmo aqui, no meio de tantos túmulos e medos, consigo me sentir completo ou quem sabe um pouco menos vazio. Mas algumas pessoas acham que não devo perder as esperanças, acham que algum dia terei forças suficientes para transformar este triste cemitério... Em um lindo jardim florido.
Talvez eu possa...
Talvez eu transforme este cenário tão mórbido em algo vivo e cheio de luz...
Mas até lá, vou deixando o tempo me levar nos repetitivos dias que se seguem. Parado neste cemitério... Com a tulipa em minhas mãos.
Pois como um pássaro, minha alma anseia em bater suas asas e voar