Como é difícil viver carregando um cemitério na cabeça

A coisa mais comum que existe é o sonho. Não me refiro àquelas lembranças que temos de algo que ocupou a nossa mente enquanto estávamos em estado de vigília, mas sim, ao desejo, a fantasia, a esperança de que vai ser diferente.

O paraplégico sonha com a descoberta de da “Célula Tronco” que vai lhe devolver os movimentos do corpo. A criança sonha com a bicicleta, a bola, a boneca que fala e muitas sonham simplesmente ter um pai, que ela nunca conheceu, mas que na sua fantasia é um verdadeiro herói. Os adolescentes imaginam-se serem popular entre os amigos da escola, sonham com aquela garota que todo mundo tenta conquistar, mas ela só da bola para o riquinho do bairro e isso já lhe desperta o desejo de um dia também ter um carrão. As adolescentes sonham primeiro em ter... um cabelo legal, um corpo bonito e sempre estar na moda; nas suas fantasias, com tudo de cabelo, corpo e moda, ela consegue conquistar o garoto mais belo do bairro (que por coincidência, também é o mais rico e vai lhe dar tudo que ela sempre sonhou). Os jovens sonham com um emprego, que muitas vezes também é o desejo dos pais que ele consiga um. Certa vez fui visitar um amigo e, enquanto conversávamos o correio entregou uma carta a alguém da família. O que sucedeu depois para minha surpresa foi que parecia que o Brasil tinha vencido a Copa do mundo de futebol novamente, tamanha a festa e comemoração. Tudo porque a carta era uma convocação de emprego para um determinado membro da família. Ainda tem as mulheres que sonham com o casamento, para não ficar igual a “tia” que nunca realizou seu desejo de encontrar o príncipe encantado (mas o príncipe esta sob o encanto em forma de sapo, que precisa ser beijado centenas de vezes para voltar a ser príncipe... uns voltam, outros...). depois de alguns anos de casada com o sapo que ela fantasia ser príncipe, o que ela tenta fazer e realizar os sonhos dos filhos como se fossem os seus, quando na verdade são.

O reverendo Norte-americano Martin Luther King Jr dizia em seus discursos que tinha um sonho, e que veria negros e brancos vivendo em comunhão. John Lennon fantasiava com um mundo de Paz. Infelizmente eles como muitos outros não chegaram a ficar idosos para sonharem com uma vida mais longa.

O que temos que entender é que os sonhos não podem morrer nossa cabeça não é cemitério de sonhos... Pode ser até UTI; mas devemos lutar para salvar estes sonhos, realizá-los. Acredite sapos virão príncipes (se não acredita, pergunte a minha esposa) crianças pobres também ganham bicicletas, bonecas e bolas ainda que usadas. Não basta sonhar juntos, temos que realizar individualmente, pois quando um sonho esta doente não aparece ninguém para dar um remédio, mas quando um sonho morre aparecem muitos amigos para carregar o caixão e enterrá-lo. Talvez alguém tenha criado esperanças, feito você sonhar ou fantasiar, mas não o culpe por não se realizar... tente você concretizar pois a felicidade é individual.

Quando sonhamos saímos da realidade, somos atores de um mundo imaginário, isso alivia a dor mas, se desejamos mesmo ser felizes, devemos começar a transformar sonhos em realidade. O menino que queria voar, inventou o avião, ele não fez asas para ele voar ele criou algo para voar. O homem que se apaixonou criou a poesia, ele não ficou chorando.

Sei que agora mesmo você pode esta se lembrando de algo que “se tivesse acontecido, a realidade seria diferente” pode ate ser, então porque não tentar fazer algo parecido?

Um dia alguém me explicou que a vida é como uma rodas gigante! Ela da muitas voltas e quase sempre as sensações de medo e de alegria se repetem, seja quando você esta lá em cima ou esta lá embaixo. Diante deste ensinamento não devemos deixar as sensações nos pegar de surpresa, para que não tenhamos que carregar um cemitério na cabeça.