A parábola do inimigo oculto do reino
Havia um reino que estava prestes a sucumbir, ameaçado por um inimigo avassalador, que lhe tirava as forças todos os meses por muitos anos.
Seu povo, ah... seu povo... como que anestesiado por uma alienação inexplicável, festejava coisas fúteis e sorria de sua própria desgraça, incapaz de perceber que seu fim se aproximava com a fúria implacável de um tsunami
O inimigo externo era forte e não encontrava qualquer resistência às suas investidas, convicto de que era uma questão de tempo a derrocada daquele reino.
Seu povo, ah... seu povo... esse sim era o maior inimigo daquele reino... Permanecia numa atitude inerte, acreditando que um dia sua salvação chegaria triunfalmente, e todos continuariam a festejar.
Sua própria autoestima já os havia abandonado!
Muitos comandantes sucumbiram ao longo desses anos, na vã tentativa de conseguir derrotar o monstro aterrador, enquanto seu povo inexplicavelmente só pensava em festas.
Vários reinos se colocam todos os dias diante de nós e não somos capazes de despertar do culto ao superficial, permanecendo inertes ao avanço do inimigo silencioso, colocando nosso reino em risco de extinção, simplesmente jogando a culpa no comandante que não soube nos liderar.
Raramente admitimos que o sucesso do nosso reino ou o seu fracasso, principalmente este, dependem exclusivamente de nossa iniciativa, porém é mais cômodo transferirmos ao outro a responsabilidade por esse fracasso, seja ele o nosso chefe, nosso cônjuge ou amigo.
A maior de todas as batalhas é aquela travada conosco para mudarmos nosso pensamento.
Ela se torna mais árdua à medida que não reconhecemos que precisamos mudar.
Normalmente, se não fizermos esse autorreconhecimento, nosso reino inevitavelmente estará fadado a sucumbir!
Mudar o mundo não é tão difícil quanto mudar a si mesmo.
Brasília, 08 de julho de 2011