Quando não te vejo

Quando não te vejo

as horas arrastam-se infinitamente.

Este silêncio, é o meu cúmplice da madrugada

Bem sei que a noite é boa conselheira,

mas escolhes a madrugada para me falar

do teu amor.

Da grande página aberta

fica o teu perfume

que escorre pelo meu corpo adormecido.

Quando não te vejo

cada dia é um mistério

que se adensa por cada hora que passa

assim, no silêncio do poder.

É nele que tu te moves e levas

parte da minha vida contigo.

Quando não te vejo

temo encontrar-te amparada

por outros braços quaisquer,

sacio-me de sorrisos esboçados

oiço sussurros que me buscam.

Por segundos, a verdade parece tão clara,

tão obvia,

tão minha.

Quando não te vejo

tudo é estranhamente calmo

caminho perdido algures

olho-me na ausência de ti,

entre o respirar distante no tempo

e o frio latejar da realidade.

Quando não te vejo

tudo fica distante

a tua alma,

as recordações

os suspiros profundos

os sonhos...

um reflexo, do meu intenso desejo

de satisfazer o teu.

Quando não te vejo

os sonhos e as quimeras adensam-se

o entardecer é mais curto

e a cortina vai abrir-se para o dia seguinte.

Partilho as mágoas e recupero forças

todos os poemas morrem...

Quando não te vejo

as horas arrastam-se infinitamente

cada dia é um mistério

temo encontrar-te amparada

tudo é estranhamente calmo

tudo fica distante

os sonhos e quimeras adensam-se

quando não te vejo.

Mikii

Mikii
Enviado por Mikii em 07/07/2011
Código do texto: T3080366