CAMINHOS DOS ANJOS
Partiria sem lágrimas no olhar, libertando meu ser desta dor.
Esqueceria do amor que dilacerara minha alma, que roubara minha
tranquilidade.
Nao haveria mais tristeza, nem sussuros nas madrugadas, rompendo
o silêncio.
Minha vóz se calaria então, de braços abertos me lançaria no infinito
nas profundezas dos céus.
Me libertaria desta solidão, para que em algum lugar eu encontrasse
paz no meu ser.
E minha angustia nao sufocaria os sonhos, sonhos perdidos nas ilu-
sões mundanas.
Haveria um tempo e um lugar para que eu me confortasse, para que alguem acolhesse me. Alguem que nao julgasse meus atos, alguem para aceitar me com minhas fraquezas. E se este lugar fosse onde encontramos os querubins, em suas asas me refugiaria. Queria estar com os anjos, numa terra onde nao houvesse hipocrisia, num mundo onde nao houvesse a podridao da ganancia. Onde eu pudesse crer novamente nos valores, na dignidade do homem. Saber que grandioso e o carater. Mentiras, ferem minha natureza sonhadora, dilacera minha fe. Conduzindo me num caminho vazio, num obscuro abismo. Abismo que absolve minha esperanca, cegando me.