Sonhos nas Pedras
No desejo sereno, penso em ti...
Na certeza fria, caio em mim...
Na contramão da vida vejo os sonhos...
Na plenitude do estar, me vejo em fim...
Já sem os sonhos, nem desejos, sozinho assim...
Vou tropego e amargurado, na sombra, nos telhados...
Tentando com meus pobres braços...
No infinito querer do teu pássaro...
O pássaro da tua vida, do inicio, meio e fim...
Que voa manso no deserto...
Do futuro incerto do meu jardim...
Trilhando meus encantos bobos...
Na infinidade de bobagens e casos soltos...
Procurando uma resposta que não virá...
Perpétua na saudade de quem aqui, já não está...
Pois que na brisa fria, no bramar dos amares...
Nas pedras soltas que lavam meus pés e levam pesares...
Carregam sonhos pra outros ares...
Não fica marca alguma em meu viver...
Senão a dor intensa e o rancor amargo...
Da insanidade aturdida e leve do querer...
Do querer solitário do infinito árduo...
Daquilo que foi sonho...
E talvez hoje, seja passado...