Leia suavemente
Nós dois tivemos uma historinha, sim. Uma bobagem. Coisa passageira, que demorou apenas o suficiente para tornar-se inesquecível.
Fato é que algumas pessoas têm mania de acabar mal seus relacionamentos. Eu não. Sempre que um namoro meu termina, seja por que motivo for, eu recolho todas as lembranças boas e transformo-as em experiências. Até porque ninguém passa pela nossa vida sem nos ensinar algo de bom. Chorar pode até acontecer. Mas amargar e sofrer? Jamais!
Nós dois foi legal. Foi intenso.
Fácil é mentir com palavras. Mas com o olhar, im-pos-sí-vel. É fácil fazer de conta que nada aconteceu por simples orgulho. Numa medição de forças para provar hierarquia. Quem manda mais, quem tem maior poder. Imensa bobagem...
Quantas vezes ficamos juntos? Uma, duas, cinco, dez? Não contei, mas também não interessa. Importante é que foi suficiente para deixar marcas. A marca do olhar, do abraço, do beijo e, principalmente, do cheiro. Esse, sim, permanecerá para sempre.
Uma das minhas características mais fortes é correr atrás do que eu quero. Não à toa, deixei para trás emprego, família, amigos, amores e guiei um carro a próprio pulso, num percurso de 2.200 quilômetros, rumo a uma nova vida. Solta, livre, independente. E isso assusta. Reconheço que não é para qualquer um.
Quando eu quis você, eu agi. Depois, eu disse que você era importante, disse que me importava, disse que sentia sua falta. E isso, pra mim, não é motivo de vergonha. Pelo contrário. Muito me honra a minha coragem de viver. De dizer e não deixar pra depois. De não me arrepender por ter perdido oportunidades.
Você e eu foi uma combinação deliciosa! Mas termina aqui. Não porque você assim o determina. Não porque eu assim o decido. Não por causa de terceiros. Sim porque, como disse o Chorão: “Tudo o que é bom dura tempo bastante para que se torne inesquecível”.