Carta concreta.
Estou desistindo de ser poeta, cansei!
Descobri que para ser poeta eu preciso jogar um balde de falsas verdades em minhas páginas.
Que eu preciso inventar palavras, mas como? Até outro dia eram elas que reinventavam.
Descobri e ainda estou perplexa que o bom poeta é aquele que não sabe quem é, mas eu sei quem sou!
Gosto de rosas brancas, de crianças, de roupas confortáveis e decotes atrevidos.
E de flertes, ah! Sem eles eu não vivo, mesmo que sejam flertes tímidos.
Gosto de havaianas e nunca acho um jeito de ajustá-las aos tais decotes e acabo sempre descalça nos fins das festas, mesmo tendo gasto horrores em sapatos e meias de seda com riscas. Gosto de homens com gravata e sempre reparo no corte da calça e nos cabelos, me encantam os fios grisalhos, no entanto volto sempre para os mesmos beijos, mesmo que não se encaixe perfeitamente ao meu estilo, então quando me pego pensando em amores ou simplesmente corpos, sei quem sou e de quem gosto.
Pra ser poeta precisaria de algo mais que não possuo, uma sutileza no fingir que me aflige, sou direta e sucinta, não me perco em devaneios e quando menos espero escrevo só de mim e de nenhuma outra paisagem, não sei se sou egoísta ou egocêntrica como dizem, mas vivo a minha vida e ela a mim me basta, as mentiras deixo –as para os covardes, já tenho trabalho demais apenas em ser quem sou. E juntar palavras sem nexo, sem contexto ou inventar um algo para contextualizar – Bahhhh, tô fora!
Então eu desisti de ser poeta, porque nada que me interesse definitivamente, irá absorver outra pessoa e provavelmente meus escritos ficarão esquecidos e isso também me incomoda, tanto ou mais do que não escrever o que eu pense e sinto.
Meus infernos e meus céus, eu mesma chovo, eu mesma queimo, e tudo que for além de mim...Já não é meu e já não me interessa. Minha poesia? Não é concreta ou abstrata são apenas minhas e delas cada palavra que escrevo me revelando.
Cristhina Rangel.
Estou desistindo de ser poeta, cansei!
Descobri que para ser poeta eu preciso jogar um balde de falsas verdades em minhas páginas.
Que eu preciso inventar palavras, mas como? Até outro dia eram elas que reinventavam.
Descobri e ainda estou perplexa que o bom poeta é aquele que não sabe quem é, mas eu sei quem sou!
Gosto de rosas brancas, de crianças, de roupas confortáveis e decotes atrevidos.
E de flertes, ah! Sem eles eu não vivo, mesmo que sejam flertes tímidos.
Gosto de havaianas e nunca acho um jeito de ajustá-las aos tais decotes e acabo sempre descalça nos fins das festas, mesmo tendo gasto horrores em sapatos e meias de seda com riscas. Gosto de homens com gravata e sempre reparo no corte da calça e nos cabelos, me encantam os fios grisalhos, no entanto volto sempre para os mesmos beijos, mesmo que não se encaixe perfeitamente ao meu estilo, então quando me pego pensando em amores ou simplesmente corpos, sei quem sou e de quem gosto.
Pra ser poeta precisaria de algo mais que não possuo, uma sutileza no fingir que me aflige, sou direta e sucinta, não me perco em devaneios e quando menos espero escrevo só de mim e de nenhuma outra paisagem, não sei se sou egoísta ou egocêntrica como dizem, mas vivo a minha vida e ela a mim me basta, as mentiras deixo –as para os covardes, já tenho trabalho demais apenas em ser quem sou. E juntar palavras sem nexo, sem contexto ou inventar um algo para contextualizar – Bahhhh, tô fora!
Então eu desisti de ser poeta, porque nada que me interesse definitivamente, irá absorver outra pessoa e provavelmente meus escritos ficarão esquecidos e isso também me incomoda, tanto ou mais do que não escrever o que eu pense e sinto.
Meus infernos e meus céus, eu mesma chovo, eu mesma queimo, e tudo que for além de mim...Já não é meu e já não me interessa. Minha poesia? Não é concreta ou abstrata são apenas minhas e delas cada palavra que escrevo me revelando.
Cristhina Rangel.