A RAZOABILIDADE DA LOUCURA

O que dizer aos montes se aos montes intumesce a enrijecer mais ainda os poços e precipícios da razão? Não seria esta um salto para a morte? Muitos diriam “não!”, “a loucura é que é um salto para a morte”. Mas eu diria apenas: “feliz dos loucos, pois não morrem de medo da morte nem vêem o seu fim próximo e não temem o desespero nem a agonia de se satisfazerem em desgosto do mundo e de tudo que nos cerca e fora tão mal inventado por nós mesmos.” Para se chegar a tal ponto o método adotado não é a loucura como a comumente entendemos e sim uma razão audaciosa e irrazoável aos nossos princípios e convicções mais dantescos. O que se propõe é a redescoberta da lucidez com seu gume afiado, ela é cortante e seu som assustador, em dissonância desarmônica e surreal. Loucura? Com o perdão da palavra; os homens lúcidos do nosso tempo já morreram, e se não chegaram a esse fim ainda, haverão de chegar pois estão bem próximos. Lentamente suas vozes são sufocadas pela cultura do inútil ou como dizem muitos: popular. Se bem que pode parecer estranho referir-se ao popular desta maneira, mas é facilmente compreensível, pois o que é realmente “bom” dentro dos parâmetros do bom gosto e das leis que motivam o espírito humano a criar coisas que se imortalizam criando até novas confluências com outros que os sucede e se inspiram em sua genialidade tornando-se assim clássicos os primeiros e contemporâneos os segundos. Pois bem essa expressão artística, cultural e científica, sendo o melhor que a paixão humana e seus afetos podem criar, não é dessa forma popular, devido a empecilhos na veiculação dos mesmos, hoje o poder é facilmente detido pelo povo que é de onde surge tal harmonia do belo, o que é intrinsecamente ligado a alma humana e natural, mesmo na transcendência e superação das faculdades e limitações, tanto de sua escassa instrução como a da natureza severa com a austeridade de nos impor fatídicas amputações e impossibilidades de uma concretização do mais abstrato e desapegado sussurro de arte (o que é mais original e verdadeiro), nunca antes feito: o impossível. Distante disso, o que é comumente ṕopularizado no nosso tempo são os desastres, pois estes impressionam e chocam, distraindo o homem do que ele mesmo possui e produz com a mais intensa vocação, com os intentos mais viscerais e exasperados de libertação do que o prende aos grilhões da infertilidade, afinal os grilhões por si só não são capazes de deter o homem em seu intento ou impetuosidade criativa, é preciso algo novo, algo inventado para prendê-lo aos grilhões do tempo e da inércia da sarjeta e da lama como se isso o conviesse e fosse suficiente. O que seriam então esses meios de veiculam da informação e porque não dizer do ser homem e de sua essência? A resposta é fácil e está na boca de qualquer um que encontre nas ruas; as mídias; o comercio da arte, da ciência e do não pensar consciente. Mas existem também os loucos e estes não tem medo de parecer indiferentes as correntes com seu ar viciado ao ponto de não sufocar as grandes aspirações e seus magníficos expoentes, que de fato ainda existem e não são poucos, mas estão morrendo. Não se pode ser indiferente diante dessa realidade. Ma podemos aumenos dedicar tempo para nós mesmos e nossa liberdade intelectual.

Libertos:

Chico Buarque de Holanda

Luiz Gonzaga

Ariano Suassuna

Sivuca

Tom Zé

Pixinguinha

Evanildo Bechara

Ledo Ivo

Wagner Moura

Clarisce Lispector

Ligia Fagundes Teles

Ángela Vallvey

Milton Nascimento

Artur da Távola

Rui Câmara

Existem outros libertos, estes são os mais populares, muitos deles ainda estão vivos outros se foram, mas não entrarão para o esquecimento, afinal seus feitos foram grandiosos a compor uma vanguarda inestimável. Como diria Ney Matogrosso: foram pessoas que deram uma utilidade as suas vidas.

A todos um forte abraço,

do seu,

Jonnez Pereira Bezerra

jonnez
Enviado por jonnez em 17/06/2011
Código do texto: T3041402
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.