Paralisado
O cérebro às vezes entra em violentos lapsos de estagnação. Que fenômeno impressionante! Imaginar que nossa mente se desliga temporariamente sem que nós possamos controlar. Aqueles dias, em que você tem vontade de fazer um milhão de coisas, planos e planos de como aproveitar o dia, falar com um amigo, plantar uma flor, respirar o ar das ruas, brincar com um cachorro na calçada, mas no fim, não acaba fazendo nada. Estado vegetativo...
O que dizer, quando fico frustrado por deixar tantos momentos na minha vida serem desperdiçados pelo ócio ferrenho de não querer absolutamente nada com meus minutos? Qual a razão para não poder controlar as próprias vontades de fazer algo novo? Termino sempre banhado no sangue podre da rotina. Sempre as mesmas máscaras, as mesmas intenções, os mesmos erros. De volta ao marasmo incandescente daquele que não consegue deixar de ser si mesmo. Voltas e voltas em um infinito círculo, destruindo esperanças, demolindo construções. Ficando cada vez mais para trás, os votos de vitória e superação vão morrendo um a um.
Fórmula secreta para escapar da mesmice? Em que laboratório pode estar? Em que papel? Em que prancheta de um cientista louco qualquer poderia eu encontrar a solução? Mais louco provavelmente estou por estar aqui procurando algo que talvez não tenha resposta.
Porém confirmo meu atestado de insanidade ao proferir a besteira de que na vida há resposta. Nunca ouve, nunca haverá? Se ainda busco uma fórmula para os lapsos de estagnação em minha mente, de fato essa atividade é apenas mais uma desculpa, por não saber o que fazer.
Deixem os pássaros voarem, deixem as crianças sorrirem, os cachorros latirem, nunca entenderei porque um ser humano não encontra a harmonia entre pensar e agir. É de vez em quando que pareço encontrar a linha de raciocínio, e segundos depois, esqueço tudo novamente.