PENSAMENTO ÀS AVESSAS
PENSAMENTO ÀS AVESSAS
Se eu pensasse muito bem pensaria que meus pensamentos não são como os outros. Que outros? Os que seguem uma linha normal que permeia o senso comum dentre todos os outros. O meu não! O meu brota às avessas, vai de encontro às ondas, imerge e emerge nas águas da vida. Às vezes se afoga em mares revoltos, mas logo retorna ao leito normal onde permanece lutando entre o ser ou não ser, entre a realidade e o sonho. Como distinguir esse sonho da realidade é que levo a vida indagando e nessa indagação que me faço propulsora para reverter o quadro e entrar pensamento a dentro e ir levando a vida nesse flanar sobre as ondas dos vais e vens na busca incessante para elucidar enigmas ou lançar-me em jatos gotejantes por sobre almas claudicantes. Meu pensamento se ejeta como seta lancinante a amenizar a dor de outrem. Não posso me conformar com seres pensantes que não saibam conduzir os seus próprios pensamentos para se juntar aos meus. Deve haver um jeito de injetar palavras em gotas lá no mais remoto conceito e dobrar o cabo da boa esperança para ir em direção a soluções para menos sofrimentos. O ser humano é o único ser que pode se molhar nessas águas, profundas ou não, e beber do líquido puro da felicidade plena. É o único que pode fazer do tudo às avessas e buscar o momento certo para poder boiar e deixar que a maré pesada passe ou que a correnteza nos leve para onde possamos voltar a lutar. Sigamos na luta, mas sem medo de lutar, sem dividir a pena de nós mesmos, porque a auto piedade é recurso que nos torna frágeis e pesados como uma pedra amarrada aos pés para afundar. Nós somos seres poderosos, cheios de pensamentos que nos levam a viajar por “mares nunca dantes navegados”!