O SILÊNCIO DA ALMA

O que dizer quando a alma fica encantada feito serpente ao som da flauta?

O que dizer quando as palavras jamais pronunciadas são precisas feito corte de faca que fere fundo?

O que dizer quando o silêncio se derrama precioso e vai nos preenchendo por inteiro?

O que dizer quando a poesia é apenas um sussurro de vento, um lamento quase inaudível?

Nada dizer.

Apenas se deliciar e ser grato à existência pela oportunidade rara de poder sentir a magia das palavras calando fundo, feito o murmúrio dos tempos que já foram, dos tempos que ainda vêm...

Se existe uma poesia oculta que se revela nos gestos miúdos, o que mais importa?

Uma alegria rara se instala e me habita por dentro.

(José de Castro, sob o signo de Capricórnio, Nov/2006)

José de Castro
Enviado por José de Castro em 28/11/2006
Código do texto: T303384
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