ARMADILHAS DO CORAÇÃO
Em torno do caldeirão rodai, rodai.
Assim peçonhentas atrai...
Consigamos uma posta de carne da serpente.
Com isso cozinhai, cozinhai, para tanto num caldeirão bem quente.
Olho de salamandra, pêlo de morcego, pé de sapo,
Língua de cão, dente de cobra venenosa rasteira e suja,
Pé de lagarto e asa de coruja.
Segundo a mitologia grega, a feiticeira Medéia ajudou Jasão, líder dos argonautas, a obter o velocino de ouro. Medéia era filha de Eetes, rei da Cólquida. Eetes possuía o velocino de ouro, que Jasão e os argonautas buscavam, e o mantinha guardado por um dragão.
A maga Medéia apaixonou-se por Jasão e, depois de ajudá-lo a realizar sua missão, seguiu com o grupo para a pátria de Jasão, Jolcos, na Tessália. Mais tarde, Jasão apaixonou-se por Glauce e abandonou Medéia. Inconformada, ela estrangulou os filhos que tivera com Jasão e presenteou a rival com um manto mágico que se incendiou ao ser vestido, matando-a. Observamos que nunca somos únicas, sempre tem outra nas historias de amor. Porque tem que ser assim?
As armadilhas do coração vêm de uma pequena palavra o “Amor” (do latim amor) com múltiplos significados. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação. Sabemos que nem sempre estes estímulos são recíprocos, na maioria das vezes nós sentimentais recebemos o desprezo e a falta de respeito em troca da manutenção de nosso amor.
Quanto sofrimento encontramos com o nosso Amor revelado, desprendido, amaldiçoado, penso, nos resta à feitiçaria para passar a dor da mesma forma que o Amor chegou? Ou sua compaixão a nos revelar, uma piscadela um assobio um olhar a esperar...