[VIBRADOR, CONSOLO... SERÁ?]

Para 'as' que não usam, as expressões são sempre semelhantes. Enojam e ascende um preconceito disfarçado numa menção de que a fissura por sexo é grande e dominadora em nossas vidas.

Já para 'eles', vêem isso como uma “saída” as necessidades não supridas. Mas, no entanto, o vibrador não está presente nem numa esfera nem na outra. Hoje, esse aparelho ascendeu seu significado denotativo e suas funções extrapolaram o significado consolativo que ele carregava.

Se por alguns instantes aceitarmos nossa condição de animal e nos despirmos do moralismo irônico, hipócrita e conservador ao extremo veremos que o sexo (principalmente na fase de procriação humana) é uma necessidade, assim como, de se alimentar, dormir, ir ao banheiro etc. A natureza humana se prepara para viver um determinado tempo num cio constante para que, dessa forma, a espécie venha a se multiplicar.

Se isso é tão óbvio, natural e humano por que devemos nos inibir quanto aos desejos do sexo, que como vimos é incontrolado, uma vez que, é uma resposta do organismo?

Com o fim de muitos tabus, com surgimento do anticoncepcional, do preservativo e, acima de tudo, com a evolução feminina esses desejos e anseios antes suprimidos ao casamento, “criaram asas”, também evoluíram e hoje estão em todos os lugares, na esfera pública, privada, nos conventos, nas escolas. As esquinas tornaram-se ultrapassadas. Mas mesmo assim, ainda existem muitos que se reprimem, sacramentando o que não é sagrado. É físico, animal, humano! Estes se tornam a pedra no sapato de muitos, o chato/a do trabalho, a vizinha/o fuxiqueira, o mal humorado/a, enfim, quem não conhece uma pessoa que tem escrito na testa a necessidade de praticar o sexo?

Nesse segmento a prática da masturbação é quase nula e o preconceito é surpreendente.

Já no segmento dos mais descolados vê-se outro problema não menos importante que o anterior. Os praticantes assíduos de sexo também chacoteiam o ato de se masturbar, isso só parece legal se estiver acompanhado. Sozinho/a no quarto revela uma impressão de necessidade sem possibilidade de ser suprida, revela tristeza por se praticar só um dos únicos atos humano compartilhado, revela exclusão pela aparente incapacidade de ter alguém. Enfim, para os descolados o ato de se masturbar é extremo.

Deveras a importância disso para o homem que, além de, trazer o autoconhecimento, tem sido instrumento propiciador de um novo segmento, de pessoas mais maduras, seguras de si, realizadas sexualmente.

Assim, com os benefícios da masturbação e com a crescente condição humana de não querer mais se relacionar seriamente, tem feito muitas pessoas adotarem esse segmento, a dos masturbadores.

É importante ressaltar que, na minha visão enquanto mulher, o vibrador tem sido até mais importante do que um homem. Digo isso após ter comparado ambos (homem e vibrador) e, os relacionado numa “balança”.

As tantas evolução que se passaram, mudaram dentre outras coisas, a forma de se relacionar sexualmente entre um homem e uma mulher. Atualmente, a liberdade sexual ganhou evidencia e a mulher que tanto lutou por liberdades e mais liberdades, acabou caindo na armadilha da solidão. Ela não representa mais o sexo frágil, a que necessitava, dentre outras coisas de carinho, amparo e segurança. Hoje a mulher é guerreira, forte, é independente, sabe se cuidar e, ainda mais, transa com quem quiser, como, com quantos e onde quiser. Uma conquista que deveria ser tão aplaudida transformou-se em outra prisão, a solidão. Isso por que essa tão glorificada independência não deixou de fazer da mulher um objeto, a única diferença de antes para agora é que antes elas viviam numa solidão acompanhada e hoje elas não encontram mais essa companhia, uma vez que, se autodeterminaram capazes de viver sozinhas, os homens não tem feito mais questão de acompanhá-las, aliás, se analisarmos pelo lado masculino, a situação parece até ter melhorado, afinal, hoje eles podem transar sem ter a obrigação de casar depois.

O fato é que, ser uma mulher bem sucedida, bonita, inteligente não diminui os riscos de ficar só e nas procuras por um companheiro as desilusões tem sido cada vez mais o protagonista das depressões femininas.

A cada entrega a um futuro suposto companheiro, surgi a insegurança do amanhã. Mas como fazer para suprir essa necessidade física que é o sexo sem se machucar com as decepções?

O homem tem sido cada vez mais um vibrador com cabeça, pois a mulher vai para cama com ele, alivia aquela necessidade de prazer, ele vai embora e raramente liga no dia seguinte, se esquecendo que a necessidade feminina vai além do sexo, é preciso carinho, compartilhamento, projeção.

Enquanto que o vibrador tem apresentado características superiores que as dos homens. Primeiro: você escolhe o tamanho; segundo: você está livre de contrair doenças sexualmente transmissíveis e/ou uma gravidez indesejada; terceiro: ele não vai te dar carinho, companheirismo e nem projeção de vida e futuro, mas o homem também não tem dado isso às mulheres e o silêncio do vibrador após o ato sexual doe menos.

(IMPORTANTE RESSALTAR QUE ESTE É 'UM (1) PONTO DE VISTA', DENTRE TANTOS OUTROS, QUE TRAZ À LUZ ESSE ASSUNTO)

Dolores de Carvalho
Enviado por Dolores de Carvalho em 10/06/2011
Reeditado em 12/06/2011
Código do texto: T3026010
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