Foi só um desencontro a mais
Hoje estava reparando cada parte sua.
Entre as folhas de meu caderno, entre letras infinitas, definições precisas e indecisões, estava olhando pra você tentando disfarçar cada parte minha que ainda pulsa quando te sente por perto.
Fiquei observando por horas na frente daquele prédio a sua maneira de sorrir, um sorriso tão sutil, tão simples e leve, poderia ter ficado por horas ali perdida entre aquelas linhas sem perceber o tempo passar, sem perceber o vento que tocava nos galhos das arvores.
Poderia ter ficado por horas ali, respirando lentamente e observando cada movimento seu cada respirar seu, sem me cansar.
Essa é a semana da despedida, uma despedida imediata e inesperada, depois de um bom tempo, o fim chegou, o incerto fim deu o ar da graça, encostando-se entre nossas trocas de olhares e firmando sua decisão, decidindo o destino de ambos.
Essa semana que para tanto se fez torcida que chegasse hoje não quer mais ir embora, retornaria a algumas cenas atrás, cenas perdidas, quebradas.
Hoje estava reparando você, seu jeito, e sem saber estava me despedindo de cada pedaço seu. Pedaços esses, que fizeram com que durassem dias o pulsar de meu coração, que fizeram com que de alguma forma meus olhos olhassem sem querer, te procurando entre os grupos, entre as arvores, perdido, sozinho. Foram milhares de duvidas, perguntas sem sugestões, sem idéias precisas e que hoje estão partindo, deixando uma marca no tempo, no tempo de um destino apenas.
A esperança que tanto teimava em não morrer hoje anunciou seu leito, doce leito, apenas comunicando a um coração interessado por esse fim.
À hora da partida chegou e isso é algo que acontecerá por si só, a despedida de apenas um corpo, um sentimento que nunca o outro destino saberá da tamanha intensidade.
Hoje será apenas mais um coração voltando pra sua casa, partindo... foi só um desencontro a mais.