O bálsamo da vida...

A vida é muito mais do que se pode suportar. É de uma beleza tão macia e tão intensa que um simples toque de consciência faz com que tudo desabe. Como se a vida e a morte não existissem: elas tratam de nos mostrar que já estamos na eternidade. O ser mais natural entende que o “agora” não existe e puramente não importa. “Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move”. O bálsamo não é entender, o bálsamo é sentir o instante infinito de ser e de não se ter um porquê. Um pouco sequer de entendimento maltrata. O segredo revelado é amedrontador. O conceito que se cria ao se compreender uma nova fase da existência chega a ser pesado. E é um fardo que se enche dentro do peito e precisa de muitas lágrimas para ser drenado; para que assim possamos voltar à curiosidade de não saber. Eu sinto que sou uma pessoa diferente agora, sinto como se tudo que eu sonhasse se transformasse em sólido. Como se a chuva fosse um sentimento. Como se o calor do sol fosse um sentimento. E é sentimento meu, aquele que não se compartilha, aquele que se sente tão puramente e tão sintilantemente que se pode chorar apavorada, com medo de crescer, com medo de dizer, com medo de não sentir mais isso na vida. Saber aproveitar este momento é o bálsamo da vida. O momento se faz tão belo quanto a forma de um amor incondicional que se cria por instinto. Eu estou sentindo o instinto agora. O instinto flui por meus sentimentos pelas minhas veias, pelo meu amor por Deus, pela vida, amor pela saudade, pelo coração, pelo céu. A figura de um novo sentimento se mostra tão sólida e tão abstrata. Eu senti como se entendesse alguma coisa a mais na minha vida, como se um passo houvesse sido dado. Eu acabei de me considerar preparada para o que virá. Hoje entendi melhor o que preciso proteger e pelo quê preciso zelar. A fortaleza vale o sacrifício de se torturar – com a finalidade de evoluir. Trata-se de evolução, sim; a mais desconexa evolução que uma mulher pode sentir e não pode transmitir, porque ninguém saberia como que funciona sem ter a maturidade necessária para abster-se ou entregar-se ao sofrimento e aproveitar algo importante. O mundo é bonito por si só. E por mais que o sobrenatural não se exponha além do natural, viver é a maior aberração da natureza quando não se tem um propósito. E hoje é o dia de traçar um propósito, um que para sempre regerá a minha vida e a minha história. Este propósito será o meu guia pela ciranda de sentimentos que é o viver. Ao se ter um propósito tão grande quanto a existência, não há mais nada para se preocupar, uma vez que a vida e a morte não existem por já estarmos na eternidade.

Autora: Cleide Ornellas

Obs: Amigos é por esta e por outras razões que tenho esta pessoa como um ser maravilhoso e especial que fez, faz e fará p/sempre parte de minha vida...

Araucária
Enviado por Araucária em 07/06/2011
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