::: Mar de Lembranças :::

Essas lágrimas regam minha lembrança, pingo a pingo, como se cada uma fosse uma recordação, uma dor, uma memória. Fico feliz em saber que elas me tornam mais humana, pequena e frágil humana.

Um poema, aos prantos, enquanto toca uma música, não qualquer uma, mas aquela que me faz chorar.

Um arrepio, e a certeza de que amar é sofrer e sofrer por amor é o que rege a vida. Sem amor o tempo para, intacto, num lugar chamado solidão.

Uma insônia persistente e certos arrependimentos, de talvez gritar quando meus lábios se fecharam num consentimento vão.

Olhos fechados, alma aberta e o medo de me perder em pensamentos.

Um amigo, um primo, um adeus. Asas que voam e não voltam. Céu que não pertence a mim. Não suporto olhar para trás e ver que jã não posso enxergar quem via antes.

Quanta fragilidade. Quantos pedaços partidos de um coração. Quantas lágrimas capazes de me desmontar. Quantas palavras por dizer, sem falar, sem ouvir. Quando silêncio preso no olhar. Quanta incerteza, quanta certeza de amar.

Hoje, o que me resta é chorar, sentada no sofá me afogando em lembranças que me perseguem noite e dia.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 06/06/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T3017748