Cansaço.
Deitada no chão, observava o nada. As pessoas que por ela passavam costumavam chamá-la de insana, maluca. Talvez ela fosse. Talvez não. Só estava meio cansada do mundo e dessa coisa que costumam chamar de vida. Estava cansada das pessoas, em geral. Precisava de um tempo só pra si. Precisava de um espaço maior para poder pensar em todos os passos que a fizeram chegar até ali. Onde estava seu erro? Quando foi que seus pés decidiram seguir o caminho errado sem sua permissão? Tudo parecia escuro demais, pequeno demais. Não podia, não queria desistir assim. Precisava seguir em frente, mas não era tão fácil. Afinal, como poderia seguir, se sabia que qualquer passo dado poderia jogá-la ao chão novamente? Estava perdida. Sozinha. Precisando de uma mão amiga que a tirasse dali e a fizesse sorrir novamente, como costumava ser antigamente. Sentia falta daqueles sorrisos sinceros que, de vez em quando, apareciam em seu rosto por vontade própria. Agora eram ela e as lágrimas. Ela e aquele vazio inexplicável dentro de si. Ela e aquela vontade de gritar pro mundo todo ouvir o quanto ela precisava de um ombro amigo. Ela e o chão. Ela e as pessoas que insistiam em julgá-la sem conhecer. Ela e o mundo. Aquele mundo que só existia para fazer com que ela se sentisse cada vez mais insignificante.