Poucas palavras

- apenas ecos da minha mente.

Eu ando pela rua, e vejo tudo àquilo que nos prometemos.

As flores que nunca nos demos

Caminho nos passos largos de sempre e vejo de longe alguém

A mesma silhueta, o mesmo andar, os mesmos cabelos tudo!

Porém, a quem quero enganar... Não é você.

Me vejo deitado, à sombra de uma arvore, linda, verde, enorme

Olhando pro céu e fazendo pedidos aos santos de outrora esquecidos

Uma brisa me bate e por uma fração de segundo eu te imagino nos meus braços, como nunca deixei de imaginar...

Delírios, sonhos de um jovem velho, revivendo todas as suas fantasias e lembranças como alguém prestes a morrer.

Decido, portanto esquecer. Vou à cidade mais próxima, renovar os ares e lá está você de novo nos outdoors, nos sinais de transito, nas luzes dos postes e até –pasmem- no fundo do meu copo.

Fixo meus olhos nas estrelas, as mesmas que nos viram por tantas vezes, a lua, com seu sorriso sacana a me olhar, com o ar mais sarcástico que já vi. Não dou atenção, caminho mais, penso na vida, acendo um cigarro e lá está você a dançar na fumaça... Uma projeção da minha cabeça, uma paranóia, ilusão... Como quiser.

E lembro tudo, passa na minha cabeça as imagens do um filme sem sentido, em que o protagonista fica sozinho e todo mundo sendo pena do traste. Seria cômico se não fosse trágico, e como se não bastasse, lá vem mais um gole.

Eu vi minha vida ali, eu vi tudo aquilo, e tudo isso que sou hoje.

Ouso dizer que vi meu futuro naquele maldito tecnicolor

Cansei de todo esse sentimentalismo horrível, mudo de calçada ao ver flores em um canteiro, e só de ver casais se beijando sinto repulsa. Acho melhor ficar sozinho mesmo, é o melhor por agora.

Queria pegar um avião, ou um ônibus, um até mesmo uma bicicleta pra sair daqui...

Sair sem destino certo, sem rumo, ver gente nova, cidades belas e dedicar todo esse sentimento que eu tenho a eles. Nada mais me prende a esse lugar, e a tua lembrança se fazendo cada vez mais presente, nada mais é do que um incentivo para ir embora de vez.

Tudo que eu toco e o que eu vejo, me trás uma lembrança, uma recordação, porque isso tudo?

Meus amigos, minha família, meus pais só fazem sentir pena e/ou compaixão de mim, ou talvez nem saibam o que se passa comigo... Descobri que sou uma incógnita

Acho que por fingir a tudo e a todos que não há nada de errado, eles acabaram por me desconhecer, por saber como me sinto em relação a tudo.

Eu vejo a moda, eu vejo a rua, vejo pessoas alegres, contentes... E eu vendo tudo a passar pela minha frente, como se o tempo fosse como areia e escorresse entre meus dedos.

Vestibular, forças armadas, escola, família, amigos, curso. Total correria, e eu?

Me sinto como se estivesse parado diante de tudo, com um ar de contemplação, quem sabe?

Quem sabe eu não esteja arriscando demais, tentando dar passos maiores do que a perna suporta... Infeliz ou felizmente eu só saberei depois de feito.

Queria ser diferente e consegui, mas agora me vejo tão diferente de tudo e todos que não tem mais como voltar atrás, é um fato, virei um misantropo

Não consigo viver em paz, não faço mais novas amizades, mas preservo e prezo por aqueles que estão comigo desde o começo.

Ah meus amigos, eu não me imagino sem eles...

Irmãos que a vida nos permite escolher, assim os considero.

São eles que na hora da minha confusão sempre me ajudam, e me escutam, me aconselham... E que também, sempre que é preciso, ajudo, escuto

Aí daqueles que não tem amigos. Não me vanglorio de ter muitos, mas os poucos que tenho, eu tenho a certeza de que daria a minha vida por eles, sem hesitar.

Talvez por algo revolucionário, ou certo martirismo que é só meu, e isso ninguém tira!

Quanto a você, nem me lembro tanto quanto costumava lembrar...

Só algumas musicas que fazem, vir à tona, como “Poço de Sensibilidade” do Ira.

Aquela musica me descreve...

Eu posso ser totalmente grosso, bruto, e ignorante de vez enquanto, mas na verdade eu sou sensível, e acreditem, foi horrível ter que perceber isso e me confrontar, mas é a verdade.

O homem, por mais forte que se aparente ser, por mais bravo que se possa ser, no coração é um menino...

Não há de que fugir, não tem para onde correr ou lugar pra se esconder...

Acho que já encontrei a solução de meu problema, talvez eu estivesse tentando fugir de mim para te esquecer, porém, a verdade é que o problema não está em mim.

Talvez, a certo tempo eu não estava sendo eu mesmo, mas a essência, o seu eu, Jamais se perde.

E daqui para frente, farei tudo àquilo que tenho vontade de fazer, tudo aquilo que fazia e se eu era feliz não sei, mas que dava muitas gargalhadas dava.

Obrigado a todos vocês que me acompanharam nessa jornada até aqui, prometo jamais esquecê-los.

Marcos Tinguah Vinicius
Enviado por Marcos Tinguah Vinicius em 04/06/2011
Código do texto: T3013945
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