'Corum'
Amarelo sol que entra pela janela, rastros de um sentimento que se fez. Feito criança que brinca na areia da praia, e transforma sonho em dia claro. Em mim choves, com gotas que não se escondem mais por trás das nuvens.
Noite de tempo estável dentro dos olhares que nos permeiam, feito melodia de flores. Tempo de calmaria, tempo de palavras sussurradas, que bailam ao som de alegria, um uníssono a contemplar a risonha noite que se abre, feliz por saber que o tempo passa, e ela dorme, banhada pelos raios do seu doce Sol.
E sendo poesia, infinda... E sendo melodia, contando estrelas... Sonhos pendurados no varal, pingando mais do que realidades. Tento plantar silêncios, mas o solo é fértil, e a voz não cala. Escolhas sem esquinas, olhares sem retas avulsas, só o amor a trepidar nas colinas dos corações desavisados.
Oceano das pequenas pétalas que desfolham diante dos meus olhos na doçura do espaço que se perde na solidão dos meus traços. Como se soubesse perdido, meus olhos cegos e os muros em que preside o alvo cenário de única harmonia, desfazendo os laços a que tu me destina.
Deixar a vida entreaberta, fresta! Meus pés tocam nuvens e já não pareço mais aquela de chovia em noite de Lua triste. Feras arrastadas ao esquecimento, esculpidas na consagração do novo. Palavras, versos, flores, rimas... E na poeira do tempo, tempo posto! Sem dó nem piedade. Asas de deixar voar.
Catálogos de feições desbravam os mares dos corações aflitos. Porque a vida pede, porque há máculas que não deixam de serem cicatrizes, viram dia na frente dos olhos verdes que já reconhecem o horizonte... Trópicos, arco-íris e letra de canção.
Riscos e danos à espera dos donos... In(vento)... Ventania! Encruzilhada de olhares! Esqueço-me de tudo nessa hora... O tempo engole o relógio... Rabisco poesia. Olho a flor do meu jardim.
Pensamento, moinho de vento!
Sete estrelas caem na folha branca que se fez poema.
Sete dias, sete sóis. Girassóis.
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