[Quem me Deu este Destino?]
Nas horas em que saio à rua e, objetivamente, nada encontro do que buscava, nem mesmo "um Real" de acalento, então, depois de uns encontrões à-toa, de umas tantas esquinas viradas repetidamente, eu concluo que saí mesmo foi para não encontrar ninguém, nada, nunca...
Como não tinha certeza antes de sair, eu joguei no risco, ou nem dormiria depois, se não saísse... Tento mais tarde? Tento amanhã? Tento outra noite? E tento... tento sempre!
Mas hoje, aplico-me um velho refrão de balcão de venda de ponta-de-rua: "se não quer, se está de vontade frouxa, então por que pede... pede tanto?!"
Incertear por rumos ignorados... Quem foi que me deu este destino? Eu não o pedi! Quem, o quê fez de mim este lobo solitário, perdido nestas capoeiras baixas onde vagueio só? Solidão, solidão até a morte!
[Penas do Desterro, 03 de junho de 2011]