espelhorado

você, nestes olhos cabisbaixos,

com o queixo voltado para o peito,

vencido pelo cansaço do trabalho,

acuado por medo do medo.

você, escravo nato do emprego,

sobrevivente do plano elaborado

por aqueles que jogam num outro tabuleiro,

está desalmado desde o começo.

você, não conhece a beleza do acaso,

teu corpo é um relógio por inteiro.

Desperta pro sonho acordado,

um soldado raso de rabo preso.

presa fácil,

todo faceiro atrás das grades,

cativeiro light dos teus poucos erros.

ah, Zé...

Avati
Enviado por Avati em 01/06/2011
Reeditado em 04/06/2011
Código do texto: T3008711
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