Urgência em amar...
O amor - quando não correspondido - é um sentimento que muitos preferem dizer que não o sentem. Ignoram-no como quem ignora um assalto, um minuto depois do assalto, sentindo-se levemente mais corajosos e mais fortes. Grandes partes dos assaltos não deixam nenhum osso quebrado, nenhum arranhão sequer, talvez algumas perdas de celulares, nada tão grave externamente... Do mesmo jeito é o ANC: Amor Não Correspondido, nenhumas marcas externas graves – não altera seu sorriso ou o jeito que você fala com o seu cachorro – mas ele deixa conseqüências profundas após o incidente. Marcas de medo de atravessar a rua... Quando virá o próximo ladrão? Estou aqui sozinho, detesto ficar sozinho...
Quando menos se espera, acontece um assalto, digo digo, um amor! Caros leitores... Vocês bem sabem que uma surpresa boa só é boa de verdade quando não nos é revelado UM SÓ DETALHE com antecedência. De imediato, vem um susto... Depois um sorriso estampado na cara, como se estivesse prestes a morder o ser humano que se atrevesse a impedi-la de sorrir. Após isso, o prazer exerce sobre as nossas cabeças uma pressão, e se algum ser humano se intrometer... Vou desfrutar desse amor! Não saberei esperar, os obstáculos que vierem, sejam eles quais forem, destruirei todos... Com o poder incrível do meu amor. Mas no fim das contas... Ops! Lá vou eu, revelando a surpresa final.
E o coração vai aprendendo a esperar, confiar em Deus acima de todas as coisas.
Não há pressa em amar. Pra que toda essa urgência?
Se um dia tiver que ser, será?
Mas... E se vier, exatamente agora?