Vidas Secas
Em um trabalho da faculdade foi solicitada a análise da grande obra de Graciliano Ramos: Vidas Secas, tal obra que já possuo certa familiaridade, pois me acompanha desde o ensino médio.
Mas confesso que dentre as inúmeras vezes que a li ou que vi sua encenação nunca me chamara atenção como dessa vez.
Penso na triste saga de Fabiano e sua família, que enfrentaram não apenas a dura seca do nordeste, mas sim a seca de justiça, a seca de esperança, seca de sonhos, enfim, seca de vida. Bem sabemos que ficção da obra de Graciliano é a realidade de muitos brasileiros, não apenas daqueles que vivem no sertão nordestino, mas aqueles que estão espalhados pelas diversas regiões brasileiras.
Quantas pessoas não são humilhadas, discriminadas e oprimidas pelos “Soldados Amarelos” da vida? Quantos filhos mais novos e filhos mais velhos não têm se quer direito a uma educação digna e são obrigados a aceitar a triste sina de seus pais? Quantos Fabianos querem lutar pela justiça, mas são calados?
É incrível ver como um problema relatado por volta de 1938 ainda perdura hoje, em pleno 2011, e é mais incrível ainda ver como nada mudou...