Pensar!

Minha promessa de fim de ano foi parar de pensar!

Não parar de raciocinar, mas parar de pensar!

Esse é um mal que me acompanha desde muito cedo, ainda criança, depois na adolescência e já na fase adulta, esse hábito estava se tornando insustentável!

Percorrendo minhas lembranças, lembro-me que não importava aonde eu estava, sempre em algum momento, eu me isolava em algum canto, pensando. Na maioria das vezes, esse lugar era no alto do pé de manga que tinha no quintal de minha casa.

Pensava na vida, nos seus mistérios, nos seus porquês, nas soluções simples que são complicadas pelos homens... Pensava, pensava, penso...

Aahhhh, socorro, Caeiro!

Desde que te conheci, não paro de pensar em você e em como deve ser bom não pensar, só viver, como deve ser bom!

Se eu tivesse existido como você, em seu tempo, na mesma cabeça pensante que te criou, seria eu sua mais fiel discípula!

Que me perdoe Ricardo Reis que o tinha como mestre, mas ele teria que dividi-lo comigo!

Acho que eu precisava mesmo embasar minha decisão de parar de pensar nos pensamentos de alguém tão sábio como tu!

Hoje me sinto mais leve, já não penso tanto, não planejo...

Sou, apenas sou, como uma pena ao vento!

Onde a pena é só pena e o vento, só vento!